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O Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro faz saber que no período de 01/07/2024 a 17/07/2024 estará vigente o Edital para os concursos de seleção aos Cursos de Mestrado e de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos para ingresso no segundo semestre.

Confira AQUI a Carta de Recomendação

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Professores/pesquisadores do PBV Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos - UFRJ, e InovaUFRJ / Inova CCS receberam a Vanessa Galvão, Carlos Antonio Costa do Nascimento, Carolina Santos e João Pacheco membros da equipe de P&D da empresa Nitro Agro na UFRJ. As conversas foram positivas e esperamos desenvolver projetos de P&D em parceria. Agradecemos a visita e esperamos que seja a primeira de muitas.

Os recifes de coral são uns dos principais ecossistemas marinhos, servindo de abrigo, berçário e provendo alimento para diversas espécies marinhas, além de prover bens para sociedade em forma de turismo, biotecnologia e subsistência. Esses ecossistemas cobrem apenas cerca de 0,2% das áreas marinhas, porém abrigam em torno de um terço de todas as espécies marinhas descritas, sendo comparados a florestas tropicais em termo de biodiversidade.

Apesar de sua importância, os recifes de coral veem sendo impactados por diversos estressores locais e globais, sendo o aumento da temperatura dos oceanos, como consequência das mudanças climáticas, um dos mais relevantes. Especialistas estimam (através dos relatórios de mudanças climáticas do Intergovernmental Panel on Climate Change – IPCC) que a temperatura do planeta pode aumentar cerca de 1,5°C nas próximas décadas, tornando eventos de temperatura extrema cada vez mais comuns, severos e duradouros em todo o mundo. Os corais, diferentes dos humanos, não conseguem regular sua temperatura e ao ficarem expostos a esse estresse sofrem disbiose, desencadeando o branqueamento (perda da alga foto-simbiótica que provê cerca de 90% de nutrientes para o coral) e mortalidade. 

Nesse contexto, intervenções biotecnológicas para proteção, preservação e recuperação de ambientes coralíneos vem sendo desenvolvidas e aplicadas no campo. Os corais são animais invertebrados que vivem em associação com uma vasta comunidade microbiana composta por representantes de bactérias, arquéias, protozoários, fungos e vírus. Os microrganismos, mais especificamente os procariotos, desempenham funções fundamentais para a saúde e manutenção do coral hospedeiro, tais como fixação de nitrogênio, ciclagem de enxofre, eliminação de espécies reativas de oxigênio e produção de antimicrobianos contra patógenos. Dessa forma a manipulação de Microrganismos Benéficos para Corais (BMCs) que naturalmente vivem em associação com os corais, vem se mostrado uma estratégia biotecnológica não invasiva e com potencial na proteção e recuperação dos recifes de coral frente aos efeitos das mudanças climáticas. 

O campo dos probióticos para os corais foi conceptualizado pela Prof. Raquel Peixoto, aqui no Brasil. Durante meu doutorado desenvolvi parte importante dessa pesquisa, demonstrando pela primeira vez que os probióticos para corais não só protegem contra o branqueamento, mas também evitam mortalidade. Atualmente, atuo como pós-doutoranda no desenvolvendo pesquisa na área de probióticos para corais num laboratório desenvolvido embaixo d’água chamado Vila dos Probióticos para Corais (Coral Probiotic Village – CPV) localizado no Mar Vermelho, na King Abdullah University of Science and Technology (KAUST), Arabia Saudita. A CPV é liderada pela Profa. Raquel Peixoto e vem sendo usada como modelo de pesquisa no mundo todo por testar o uso de probióticos para corais in-situ, com condições realistas e em grande escala. 

A pesquisa liderada por esse grupo em probióticos para corais, vem ganhando diversos prêmios internacionais e destaques na mídia e no meio científico, trazendo esperança para garantir um futuro com corais saudáveis. 

Marine Microbiology Laboratory in Kaust

Coral Probiotic Village

Marine Microbiology Laboratory Instagram 

Por Erika Santoro, egressa do PBV

 

O Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro faz saber que no período de 15/01/2024 a 26/01/2024 estará vigente o Edital para os concursos de seleção aos Cursos de Mestrado e de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal e Bioprocessos para ingresso no primeiro semestre.

Confira AQUI o Edital.

Ficha de inscrição AQUI.

Por João Barreto, doutorando do PBV

Os pigmentos são elementos fundamentais na criação de cores e tons, proporcionando vivacidade e beleza ao mundo ao nosso redor. Por muito tempo, a humanidade tem se beneficiado de pigmentos de origem mineral e sintética para colorir tecidos, alimentos e diversos produtos. Entretanto, recentes avanços no pensamento social têm evidenciado contínuas preocupações dos consumidores com produtos mais sustentáveis e com menor dano ao meio ambiente. Estudos científicos têm revelado que a natureza microbiana também é uma rica fonte de bons pigmentos coloridos, oferecendo novas possibilidades para a indústria da beleza.

Os pigmentos microbianos são substâncias coloridas produzidas por microrganismos, tais como bactérias, fungos e algas. Esses microrganismos têm a habilidade de sintetizar pigmentos naturais, os quais podem variar em cores, desde tons brilhantes até nuances sutis. As cores são derivadas de compostos químicos presentes nos microrganismos e têm despertado interesse na indústria da beleza devido à sua diversidade e potencial aplicação. Por serem biodegradáveis e renováveis, esses pigmentos microbianos conseguem ser mais interessantes que os minerais e até mesmo mais interessantes que os pigmentos derivados de vegetais.

O campo dos pigmentos microbianos continua a avançar e apresenta diversas perspectivas futuras promissoras. Os esforços de pesquisa estão voltados para expandir a gama de cores disponíveis, assim como aprimorar as técnicas de extração e purificação dos pigmentos. Mesmo ainda em fase de estudos para possíveis futuras aplicações na indústria cosmética, os pigmentos microbianos estão ganhando notoriedade devido à sua segurança, versatilidade e sustentabilidade. Além disso, eles podem oferecer cores únicas que são difíceis de obter com pigmentos tradicionais.

Os trabalhos realizados por alunos do PBV no laboratório Bioinovar, liderados pela Professora Alane Beatriz Vermelho, trazem inovações nesse campo de conhecimento. Uma das linhas de pesquisas, que já rendeu até depósitos de patente, traz pigmentos microbianos já como uma realidade numa linha protótipo de batons, conferindo diversas tonalidades a um cosmético para coloração labial.

Os pigmentos microbianos têm se mostrado uma alternativa promissora para a indústria da beleza, com vantagens significativas em termos de sustentabilidade, segurança e diversidade de cores. Seu uso já está presente em várias aplicações industriais e, com a contínua pesquisa e inovação, podemos esperar uma ampla gama de novas oportunidades e produtos no horizonte. A incorporação de pigmentos microbianos na indústria cosmética pode trazer benefícios tanto para os consumidores quanto para o meio ambiente, impulsionando a beleza em direção a um futuro mais colorido e consciente.

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